quinta-feira, 28 de outubro de 2010

sweet xxx


"Only the one that hurts you can make you feel better
Only the one that inflicts pain can take it away"


Erotica - Madonna



falecimento moral

Cada dia deixo mais uma postagem presa nos rascunhos. Será que perdi a coragem?
A liberdade de sentir e escrever vai contra a necessidade de evitar desentendimentos. Sempre evitando. Estou sempre a calar os segredos que adoecem a mente, e depois o corpo. Não importa o quê, com quem. Tudo é sempre guardado, como se não fosse vivido. Mas não viver é pedir demais, é deboche. Infelizmente, deixo a piada no ar, deixo palavras guardadas, deixo tinta no papel, e o tempo certo pra falar. Mais tarde, mais tarde.

common explanation

is what I heard around there...
is too much hard to breath when you do this. you make things harder
i'm on my limit of breaking and than I hear your scream. you're louder than a bomb, because you're louder inside of me. i'm always trying to skip this part, leaving behind the leaves of a summer that didn't ended for me yet. in fact, i'm living a new summer, new flowers. but this beating heart says we're melted, mixed. forever floating together.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

the last one standing here.

she'd trade herself so I could be free.
you know when there's something you were born to do? I know.
i'm wise beyond my ears, stand still and looking at you. i'm your future.
and I still here, loving you like I was die tonight.
and feel no shame. is the best I can do, is my way to heaven. destination is not important, the way is long and I feel every move that the road is making.
this is the begining of the end or the brand new start.
so hit me, hard
because i'm all here, waiting in line

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Rascunhos

Somos bilhetes caídos de um bolso de calça furada.
E tentando sobreviver ao vento, custamos entender que durante a queda, precisamos voar.
O que em nós foi deixado escrito por alguém, a chuva apaga, o passar do dia e da noite levam tudo pra longe das nossas linhas.
Sapatos gastos nos pisam, nos sujam as palavras, escritas um dia com tanto carinho.
E cada passo apressado, passos do correr da vida urbana nos tiram completamente de sintonia, nos rasgam em dois. Ficamos cada um com dizeres passados, datas erradas, letras irreconhecíveis.
Espalhados em direções diferentes, e a cada passo alheio, mais e mais distantes.
Somos apenas papéis. Apagando-se em dor, esquecimento, vida pós bilhete. Somos apenas dois pequenos esboços do que realmente deveríamos ser. Tentativas de uma mensagem de amor fracassado, que caem do bolso, se perdem na brisa gelada de inverno.
E, mesmo voando sem poder controlar direção, estamos incessantemente sendo rabiscados, entregues ou dobrados, sempre levando e trazendo palavras, promessas, amores.

II

Não é brilhante?!
Quanta falta de imaginação, a minha!
Continuo repetindo histórias. Mudo o elenco, figurino, cenário, reações, mas a história é exatamente a mesma!
Antes, achava desagradável todo esse desconforto, essa repetição de mal gosto. Agora, me atento aos detalhes e me divirto com as piadas soltas em mesas de bar, dramas em questão de minutos, silêncios de glaciar a boca.
Não há com o quê lidar, não há um problema real, é tudo um teatro, mal interpretado, eu diria, se me coubesse a posição.
Pra não me perder em meio a toda pintura facial, trajes modernos, cenários altamente bem frequentados, sento-me na platéia e começo a aplaudir, como de respeito.
Cada linha de tecido se entrelaçando, corpos bem posicionados, falas bem decoradas, reações cada vez mais sinceras e os pagantes se deleitam.
De tanto que me deixo envolver, esqueço meu própio lugar nesse maravilhoso espetáculo: se estou cá a assistir, ou lá a interpretar.
Recrio tudo com tamanha perfeição, que não me reconheço nos quadros, o ato se repete virgem.
"É a primeira vez!" - eu digo. E assim, vou...
Ainda acredito na virtude de poder pregar peças em mim mesma, quando a cena não agrada é que decido o que mudar dessa vez.
Essa brincadeira é para os fortes, é feita para sonhadores. Eu recrio tudo o que a minha mente alcança, e eu vou longe, acredite.
Minhas sequências repetidas vão se diferenciando a cada quadro, a cada frame, troco a trilha sonora de acordo com o momento, não há dúvidas, é pura arte!
Novas luzes, músicas, afetos e desafetos por vir, lágrima real a cair, é um novo mundo a ser testado, vivido.

A respirar

Foi na noite da explosão, eram corpos pra todos os lados, vidas espalhadas.
Durante o giro, me destraí.
Enquanto eu girava, o mundo correu mais rápido, as luzes acendiam e apagavam com a força do vento.
Por menos de um segundo, tive uma pausa para respirar.
Nesse breve momento, pude ver a outra vida. Vi tão longe, por tão pouco tempo. Foi indescritível.
E desde então, nunca mais foi preciso dizer nada. Não havia mais rancor, dor ou saudade.
Só as duas vidas, uma cheia de palavras, promessas e sentimentos vividos. E outra, vazia, limpa, nova, pronta para ser vivida, pedindo por tudo que o vento quisesse trazer.
E leve, aos poucos, o vento traz tudo que um dia ele levou quando foi furacão.