quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Salve em mim

Se é que fica em nós, mostre-me onde.
Se a vida de quem se vai, nos acompanha, diga-me onde encontrar.
A busca tem me cegado.
Somos rasos, precisamos tocar e ver. Porque sentir, nem sempre é conforto.
No peito, aperta a voz, e como um córrego de lágrimas secas, segue a empedrar a garganta.
Áspero pedido de volta. Não atendido.
Cada vez mais seco de lágrimas, travada garganta, peito rachado.
A urgência se desfaz em desesperança, descrença.
Vai, mas mostre-me.
Onde fica você, além de aqui, nessa dor calada.

Carta

Reciclável amigo,
estive precisando de você nos últimos dias.
Algumas coisas ruins aconteceram e estive sentindo falta do seu abraço.
Sofri os reflexos de tragédias muito próximas, umas bem tristes.
Sei que por me ocupar com novos amigos, te afastei. Mas neles, não encontro teu ombro.
Agora me sobra tempo pra chorar. E você não está aqui.
Sinto sua falta.




(Quem nunca se sentiu o destinatário dessa carta?)